A quarta mesa de debates da Semana Edésio Passos discutiu com profundidade o tema da “resistência democrática” e, como nos demais eventos da semana, não foi possível separar o relato histórico das lutas populares da trajetória de militância política, profissional e comunitária do paranaense Edésio Passos.

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A história de vida de Edésio e os avanços democráticos das últimas décadas na sociedade brasileira, por conquistas da classe trabalhadora, direitos humanos e em favor da inclusão social, são sinônimos. Tanto que os três palestrantes da noite de ontem (6) – o historiador José dos Santos de Abreu, autor do livro “Operação Pequeno Príncipe”, sobre a prisão de 11 perseguidos políticos em Curitiba, durante a ditadura militar, o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes e ex-deputado federal pelo Estado de Goiás, Aldo Arantes, e o advogado Prudente José Melo, que foi conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça durante os governos de Lula e Dilma – além de terem convivido com Edésio, viam nele a personificação dos valores pela resistência democrática no País, frente à Ditadura Militar.

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O ex-conselheiro do Ministério da Justiça contou, inclusive, que foi o primeiro estagiário do escritório de advocacia de Edésio Passos, pioneiro na Defesa de Trabalhadores. “Não fazíamos só a defesa trabalhista pura e simples. A missão do escritório consistia em atuar em defesa dos oprimidos e excluídos, tendo a advocacia como um instrumento de luta e de ruptura contra uma ordem injusta e autoritária”, disse Prudente. “Trabalhamos pela organização dos trabalhadores em sentido amplo, em defesa da moradia e saúde para todos, creche e outras necessidades. Era um compromisso com a liberdade, os direitos humanos e a democracia”, informou.

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Ele se emocionou ao narrar seu trabalho na Comissão Nacional da Verdade. “Esta experiência me permitiu conhecer profundamente a história real do nosso país e a importância da resistência democrática para a construção dos direitos humanos”, disse Prudente.  “Tenho muito orgulho dos mais de nove anos em que julguei milhares de processos de perseguidos políticos da ditadura militar. Lá, eu aprendi história (…). Não quis ‘perseguir velhinho’, mas acredito, sim, que quem sofreu e resistiu democraticamente tem o direito de dizer quem o torturou, quem o maltratou e foi responsável por mais de 30 anos de ditadura no país”, acrescentou. Para ele, “a tortura impune de ontem, reproduz a tortura de hoje e também a de amanhã. Deixar impune aquilo lá é garantir a sua continuidade”, finalizou.

O painel “Resistência Democrática” foi coordenado pelos sócios-fundadores do Instituto Edésio Passos, Tarso Cabral Violin e Tatyane Friedrich.

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Defesa do Direito e da Justiça do Trabalho

Nesta sexta-feira (7), para fechar com chave de ouro a primeira Semana Edésio Passos, promovida pelo Instituto Edésio Passos, acontecerá um ato em defesa do Direito e da Justiça do Trabalho, às 18h30, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná  (UFPR), com a presença da ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Alves Miranda Arantes, e do presidente da Comissão Nacional de Direito Sindical do Conselho Federal da OAB, Bruno Reis. O ato reflete um protesto dos meios acadêmico, político, social e jurídico aos ataques que vem sofrendo a instituição da Justiça do Trabalho.

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Texto e fotos: Thea Tavares
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